Espaço destinado a informação relativa a tontura e vertigem, identificando causas, sintomas e diagnóstico para tratamento das tonturas e vertigens, assim como das dores de cabeça.


quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Tontura associada a distúrbio do pânico e agorafobia

Já abordámos aqui a definição de tontura, quais as causas de tontura, os tipos de tontura e quais os sintomas associados.

Tontura é uma das queixas mais frequentes no consultório médico tanto primário quanto especializado e continua a representar um desafio ao raciocínio clínico.
Pode ser causada por mais de duas mil condições primárias ou secundárias, agrupadas em mais de três centenas de síndromes. Nos Estados Unidos, a queixa de tontura é responsável por mais de 8 milhões de consultas ambulatoriais por ano. Sua investigação diagnóstica é dispendiosa, custando em média, segundo um estudo americano, US$2.532 até o diagnóstico, e grande parte das vezes ainda resulta inconclusiva. Dessa forma, busca-se atualmente uma abordagem criteriosa e interdisciplinar da tontura, de modo a intervir de forma mais abrangente e direta nos fatores causais e predisponentes identificados.
Sob a insígnia de tontura encontra-se uma miríade de queixas que passam desde o sintoma de vertigem (caracterizado por tontura de caráter rotatório) até a sensação de desequilíbrio, instabilidade, cabeça leve ou mesmo de “quase-desmaio”.
Muitos dos pacientes que se apresentam com tontura sem causa orgânica aparente, portanto considerados como portadores de tontura idiopática, podem ter um distúrbio psiquiátrico.4 Além disso, mesmo a tontura de causa orgânica pode desencadear ou exacerbar alterações psiquiátricas “latentes”.
A associação entre tontura e doenças psiquiátricas já é bastante reconhecida mas ainda pouco estudada, em grande parte pela falta de uma abordagem multidisciplinar verdadeiramente integrada destes pacientes. Como é de praxe no raciocínio clínico, a associação com doenças psiquiátricas é tratada como um diagnóstico de exclusão, isto é, para os casos de tontura sem alterações orgânicas detectáveis ao exame físico e otoneurológico. Estes pacientes acabam sendo taxados como portadores de tontura “de origem psiquiátrica” e referidos ao especialista, que assume a responsabilidade do tratamento, muitas vezes sem um retorno ao médico de origem.
Por outro lado, os sintomas labirínticos nos pacientes psiquiátricos são muitas vezes tratados como manifestações psicossomáticas ou neurovegetativas, em sua maioria associados a um distúrbio de ansiedade, não suscitando investigação ou tratamento específicos.
Um dos distúrbios psiquiátricos mais comumente associados à tontura é o Distúrbio do Pânico com ou sem Agorafobia. Sintomas somáticos, em especial a tontura, são a característica principal destas doenças.